1.Opções financeiras para a aposentadoria:
Quando falamos em nos planejar
financeiramente para a aposentadoria, não estamos restritos a uma ou duas
opções financeiras. Existem diversas maneiras para formarmos um fundo financeiro
visando à aposentadoria. O primeiro passo é conhecermos as opções. A partir
desse conhecimento, podemos montar um plano e escolher as opções mais adequadas
para nossas características, considerando idade, perfil, renda, fontes de
renda.
O Sistema Previdenciário Nacional (SPN) está dividido em dois grupos:
- A previdência social, que abrange os servidores públicos, e a
previdência do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), administrado pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em que estão alocados os
trabalhadores contratados no regime da Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT), os trabalhadores domésticos e os autónomos;
- A previdência
privada, que inclui as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC)
e as Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC).
A) Planos obrigatórios:
São aqueles que não nos permitem escolher se vamos ou não fazer a contribuição.
Eles são obrigatórios dependendo da situação
em que nos encontramos no mercado de trabalho (exemplos: CLT, servidor público
etc.). Uma pessoa que trabalhe em uma empresa privada com carteira assinada
obrigatoriamente estará inscrita no RGPS, administrado pelo INSS; e a empresa é
obrigada a recolher as contribuições (parte do empregado e parte patronal)
diretamente para o INSS. Conheça mais acessando o link Previdencia.
Já um servidor público federal está inscrito em um regime próprio de
previdência social (exemplo: Contribuição para o Plano de Seguridade do
Servidor Público – CPSS) e tem descontado em sua folha de pagamento o valor da
sua contribuição. Nesses casos, o cidadão é obrigado a participar do regime que
lhe cabe. Porém, fique atento! Mesmo sendo obrigatórios, é importante conhecer
as características desses planos, saber quais são os direitos e deveres do
segurado e como acessá-los.
Independentemente do regime de que você participe, é fundamental
verificar se ele será suficiente para a realização de seus projectos durante a
aposentadoria. Caso contrário, uma boa sugestão é que você providencie uma
complementação.
B) Planos complementares:
Os planos conhecidos como complementares têm
esse nome devido à ideia de que eles se somam aos planos obrigatórios. Eles vão
complementar a aposentadoria. Trata-se de um esforço do indivíduo para manter
ou ampliar as suas receitas financeiras no momento da aposentadoria.
Os planos
complementares são de dois tipos: os planos de previdência complementar fechada
e os de previdência complementar aberta. Vamos falar um pouco sobre cada um
deles.
Previdência complementar fechada: as EFPCs são aquelas patrocinadas por
empresas privadas ou associações que, por meio do vínculo empregatício ou mesmo
associativos, oferecem aos seus empregados os respectivos planos de
complementação de aposentadoria. São administradas por fundações ou por
sociedades civis e constituem os chamados fundos de pensão.
Frequentemente, com o
objectivo de estimular os funcionários a aplicar nesses fundos, são oferecidos
pela empresa valores iguais aos depositados pelos funcionários (até certo
percentual).
Os funcionários de empresas que oferecem planos de previdência complementar
devem estudar com atenção essa possibilidade. É importante conhecer bem o seu
funcionamento.
Para isso, sugerimos alguns questionamentos que você pode fazer para que sua
escolha seja a mais adequada:
- Quais são os planos disponíveis?
- Quais são os valores
de contribuição da empresa?
- Quais são as regras
para casos de demissão?
- Quais são as taxas
cobradas?
É fundamental, também, você saber que existe um órgão do governo que fiscaliza
e supervisiona as actividades das entidades fechadas de previdência
complementar. Trata-se da Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc). Mais informações poderão ser encontradas no endereço MPAS
Previdência complementar aberta: as Entidades Abertas de Previdência
Complementar (EAPCs) são entidades constituídas sob a forma de Sociedade
Anônima e estão autorizadas a instituir planos de previdência complementar
aberta, que podem ser comercializados por bancos, corretores, seguradora e
outras instituições. O mais conhecido é o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL).
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) – Apesar de ser um tipo de
seguro, o VGBL pode ser utilizado como opção financeira para a aposentadoria.
O PGBL e o VGBL têm características e nome parecidos, porém são submetidos à
tributação diferenciada. Para conhecer mais sobre eles, acesse o Guia de
Orientação e Defesa do Segurado, produzido pela Susep, e estude as características
de cada um, antes de decidir se algum deles é adequado para você. É a Susep o
órgão do governo que controla e fiscaliza as entidades de previdência privada
aberta.
C) Estratégia independente de planejamento da aposentadoria: vantagens e
desvantagens:
Outra opção para o planejamento da
aposentadoria é seguir uma estratégia independente, que consiste na “auto
administração” de investimentos, visando a sua aposentadoria. Ao seguir essa
estratégia, você se torna gestor dos seus investimentos e passa a ser o
responsável pelas escolhas de produtos e pela decisão dos momentos de compra ou
venda dos activos. Em outras palavras, você decidirá se vai investir em
poupança, CDB, títulos públicos, acções, imóveis etc. Como tudo na vida, seguir
essa estratégia possui vantagens e desvantagens.
I. Vantagens:
- Possibilidade de maior retorno financeiro
devido à eliminação de intermediários;
- Liberdade na
administração do dinheiro;
- Possibilidade de
aprendizagem (o investidor deve ler, fazer cursos e se envolver com seus investimentos
financeiros).
II. Desvantagens:
- Risco de uso dos recursos para outras
finalidades (exemplo: trocar de carro, fazer uma viagem);
- Inabilidade na gestão dos recursos pode acarretar perda de dinheiro (sem o
conhecimento financeiro, você pode fazer escolhas inadequadas);
- Demanda dedicação e tempo de estudo em relação a assuntos financeiros.
Ponha em prática
- Esteja consciente dos riscos a que estamos expostos.
Acidentes, furtos e doenças podem ocorrer, mas dirigir com cuidado, fechar portas
e janelas ao sair de casa e passar fio dental são alguns bons exemplos de acções
de prevenção aos riscos a que nos expomos;
- Planeje sua aposentadoria, atentando-se
aos vários aspectos da vida. Prepare-se para as actividades que fará ao se
aposentar. Cuide da saúde física, emocional, mental e financeira;
Para manter a qualidade de vida hoje e no futuro, você precisa estar sempre
consciente das suas acções;
- Faça simulações de planos de previdência nos websites das seguradoras.
Ao simular, procure variar o valor que pretende contribuir, a data de saída (de
aposentadoria) e o valor do benefício. Veja em que condição isso melhor pode
atender as suas necessidades actuais e futuras;
- Que tal começar hoje mesmo seu plano para aposentadoria? Pesquise formas de
aplicação e planos de previdência complementar. Depois de escolher a melhor
opção para o seu caso, aja! É muito comum irmos deixando a acção efectiva para
o futuro, que acaba nunca chegando;
- Analise as vantagens e as desvantagens de ter um plano auto administrado de
aposentadoria; Afinal de contas, somente você pode saber
o que é melhor para sua vida e para sua aposentadoria.
Fonte: Banco Central do Brazil
Edição: Faruk Muando
Imagem: Photofaro