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Uso do Crédito e Administração das Dívidas/Uso do crédito

Uso do crédito


Antes de continuarmos, é importante que você saiba que o crédito pode ser vantajoso ou problemático, tanto para o tomador como para o fornecedor do crédito, quando não são tomados os devidos cuidados.


A instituição que concede crédito recebe juros como remuneração pelo capital emprestado, porém deve atentar para a capacidade de pagamento do tomador, do contrário corre um risco muito alto de não receber o montante emprestado de volta e assim ter graves problemas financeiros.

Uso do crédito



Confira abaixo as vantagens e as desvantagens para o tomador do crédito.


1.Vantagens:


I Antecipar consumo:

 

– Muitas vezes, precisamos comprar um produto ou contratar um serviço, porém não dispomos de recursos suficientes. O crédito nos possibilita resolver essa situação.


II Atender a emergências:

 

– Imprevistos acontecem com frequência: acidente com o veículo, serviço emergencial na residência, alguém da família com problema de saúde quando não estamos financeiramente preparados. O uso do crédito pode ser a saída nesse momento.


II Aproveitar oportunidades:

 

– Boas oportunidades para fechar um negócio ou fazer uma compra às vezes acontecem e nem sempre, naquele momento, temos condições financeiras para aproveitá-las. Faça as contas, levando em conta o custo do crédito. Se ainda assim for vantajoso, e você não estiver endividado, por que não aproveitar a oportunidade?

Ao utilizar o crédito, sempre verifique o seu custo. Compare os preços e custos do crédito.


Pechinche! Faça o que for mais vantajoso para você.


IV Custo Efectivo Total:


O Custo Efectivo Total (CET) é uma informação percentual que diz quanto efectivamente custa um empréstimo, ou financiamento, incluindo não só os juros, mas também tarifas, impostos e outros encargos cobrados do cliente. A vantagem do CET é a possibilidade de comparar o que duas ou mais instituições financeiras estão oferecendo e saber qual cobra menos pelo serviço.


Assim, dependendo dos encargos cobrados por um banco em um empréstimo, seu CET pode acabar maior que o de outro banco, mesmo tendo uma taxa de juros menor.


Por exemplo, suponha um financiamento nas seguintes condições:


- Valor financiado: 10.000,00 mts;

- Taxa de juros: 12% ao ano ou 0,95% ao mês;

- Prazo da operação: 5 meses;

- Prestação mensal: 2050.73 mts.

Considere ainda que seja descontado do crédito o valor de 600.00 mts referente à tarifa de confecção de cadastro para início de relacionamento (500,00 mts) e cobrança de IOF (100.00 mts). O valor líquido recebido pelo cliente é de 9400.00 mts.

Nessas condições, a taxa efectivamente paga pelo consumidor, ou CET, é de 43,93% ao ano ou 3,08% ao mês, percentual que largamente supera a taxa de juros divulgada na operação, que foi de 12% ao ano ou 0,95% ao mês.

Muitas pessoas, ao adquirir um empréstimo, simplesmente avaliam se o valor da prestação cabe no orçamento, o que nem sempre é o mais adequado. É fundamental avaliar a real necessidade do crédito, comparar o CET das propostas de crédito de duas ou mais instituições financeiras e estar ciente das desvantagens descritas a seguir.

2.Desvantagens:


1.Custo da antecipação do consumo com o uso do crédito implica pagamento de juros:

 

– A primeira desvantagem em relação ao uso do crédito é o pagamento de juros.

Ao anteciparmos a compra de um produto ou a contratação de um serviço sem a devida disponibilidade financeira, usaremos um dinheiro que não é nosso, portanto pagaremos juros por essa operação. Esse é o custo da antecipação;

 

2.Risco de endividamento excessivo:

 

– O uso inadequado do crédito pode levar ao endividamento excessivo e comprometer toda a sua vida financeira, podendo acarretar descontrole emocional, problemas de saúde e, até mesmo, desestruturação familiar. Assim, é importante reflectir antes de tomar crédito e não o utilizar de forma indiscriminada;

 

3.Limite de consumo futuro:

 

– Outra desvantagem de tomar crédito consiste em limitar o consumo futuro. Essa desvantagem é quase automática, uma vez que o crédito tomado hoje tem de ser pago no futuro, reduzindo, portanto, as disponibilidades financeiras futuras para o consumo. Essa desvantagem traduz aquele ponto, já discutido, sobre as trocas intertemporais.

Para entender melhor sobre as vantagens, as desvantagens e o custo do crédito, acompanhe o exemplo a seguir, sobre a compra de um veículo, com duas opções distintas de pagamento.

1.Opção 1:


Carro adquirido hoje, parcialmente financiado:

• Preço: 400.000,00 mts;

• Entrada (já tinha esse dinheiro poupado): 160.000.00 mts (40%);

• Valor financiado: 240.000.00 mts mil (60%);

• Prazo: 60 meses (5 anos);

• Taxa do financiamento: 1,8% ao mês;

• Prestação fixa: 6570,41 mts.

2.Opção 2:


O consumidor faz uma poupança para comprar o carro à vista após determinado período (somente irá à loja comprar o carro quanto tiver dinheiro suficiente para comprar à vista). Considere a existência de uma poupança inicial dos mesmos 160.000.00 mts e a realização de uma poupança mensal no mesmo valor da parcela do exemplo anterior, 6570.41 mts, além da rentabilidade de 0,5% ao mês. Neste cenário, após o 31º mês, o valor acumulado atingirá o preço do carro.

Assim, o consumidor poderá efectuar a compra do carro à vista. Nessa opção, o consumidor continuará poupando até o 60º mês, quando ocorreria a quitação do veículo da opção 1.

Ao final, teremos a seguinte situação:

 


 

1.Patrimônio final – Opção 1 – Financiamento:


Carro com 5 anos de uso (240.600.00 mts)
Poupança: 0.00 mts
Gasto com financiamento: 550.444.43 mts
Patrimônio final: 240.600.00 mts.

2.Patrimônio final – Opção 2 – Compra à vista:


Carro com 2,5 anos de uso (290.500.00 mts)
Poupança: 210.224.24 mts
Desembolso total: 550.444.43 mts
Patrimônio final: 500.724.24 mts


No exemplo acima, a diferença entre o patrimônio da opção 1 e da opção 2 totaliza 260.124.24 mts e representa o custo da impaciência, ou seja, o custo da antecipação do consumo.


Entre os exemplos apresentados, qual a melhor escolha?


Cabe a você decidir conforme sua própria realidade.


O mais importante é desconfiar e fugir do “crédito fácil”.

É comum ouvir na TV ou em outras mídias que “você tem um crédito pré-aprovado” ou que “os limites do seu cheque especial e do cartão de crédito podem ser aumentados e estão à sua disposição”.
00.00 mts;
10.000.00 mts;
20.000.00 mts;
30.000.00 mts;
40.000.00 mts;
50.000.00 mts;
60.000.00 mts.

-Opção 1 Opção 2;

-Desembolso Total;

-Patrimônio Final.

É importante tomar cuidado com esse tipo de propaganda, pois essas operações de crédito são, normalmente, as que possuem as maiores taxas de juros e podem facilmente nos levar ao superendividamento.


Maior cuidado ainda deve-se tomar para não se contratar crédito com empresas que não sejam oficialmente autorizadas a funcionar pelo BCB.


A oferta do “crédito fácil” pode esconder um golpe financeiro.


Fonte: Banco Central do Brazil

Edição: Faruk Muando

Imagem: Photofaro